Guaracy Januzzi: mudanças entre as edições
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== História == | == História == | ||
Nascido em Ubá, no dia 4 de janeiro de 1916, Guará aos 13 anos de idade fazia seus primeiros gols no Aimorés. Os estádios enchiam para ver o garoto louro fazer misérias diante dos grandes profissionais e aplaudir suas jogadas sensacionais. Aos 15 anos, assinou seu primeiro contrato como profissional na cidade mineira de Miraí. Mas o que ganhava do futebol não dava para sobreviver e começou a trabalhar como alfaiate. Em 1933 regressou à sua cidade natal e entrou para o Clube Atlético Mineiro no mesmo ano junto com o meio-campo Nicola. <br> | Nascido em Ubá, no dia 4 de janeiro de 1916, Guará aos 13 anos de idade fazia seus primeiros gols no Aimorés. Os estádios enchiam para ver o garoto louro fazer misérias diante dos grandes profissionais e aplaudir suas jogadas sensacionais. Aos 15 anos, assinou seu primeiro contrato como profissional na cidade mineira de Miraí. Mas o que ganhava do futebol não dava para sobreviver e começou a trabalhar como alfaiate. Em 1933 regressou à sua cidade natal e entrou para o Clube Atlético Mineiro no mesmo ano junto com o meio-campo [[Nicolino Nascimento Lauria|Nicola]]. <br> | ||
Aos 17 anos, Guará era considerado o maior jogador mineiro e o maior ídolo da torcida alvinegra. <br> | Aos 17 anos, Guará era considerado o maior jogador mineiro e o maior ídolo da torcida alvinegra. <br> | ||
Sua estréia foi diante do Tupi de Juiz de Fora e fez um belo gol. ''Perigo Louro'' ou ''Demônio Louro'' eram os apelidos que os jornalistas e os torcedores o deram na época. Gostava do carinho com que era tratado e muitas vezes, quando deixava o campo sem fazer gols ou após uma fraca atuação, os aplausos da torcida continuavam para incentivá-lo e não faltava quem afirmasse que na partida seguinte Guará iria descontar todos os gols perdidos. <br> | Sua estréia foi diante do [[Tupi-MG|Tupi]] de Juiz de Fora e fez um belo gol. ''Perigo Louro'' ou ''Demônio Louro'' eram os apelidos que os jornalistas e os torcedores o deram na época. Gostava do carinho com que era tratado e muitas vezes, quando deixava o campo sem fazer gols ou após uma fraca atuação, os aplausos da torcida continuavam para incentivá-lo e não faltava quem afirmasse que na partida seguinte Guará iria descontar todos os gols perdidos. <br> | ||
Guará tornou-se uma legenda no futebol mineiro. Seu primeiro título veio em 1936, quando o profissionalismo já tomava conta dos clubes mineiros. <br> | Guará tornou-se uma legenda no futebol mineiro. Seu primeiro título veio em 1936, quando o profissionalismo já tomava conta dos clubes mineiros. <br> | ||
O "Demônio Louro" sabia fazer tudo em campo. Apesar de sua estatura mediana, ninguém conseguia ganhá-lo nas bolas altas e, no chão, não havia zagueiro que conseguisse barrar seus passos. Os chutes, sempre violentos, saíam do pé esquerdo ou do direito com a mesma precisão. Guará costumava dizer que podia o tempo passar e outros sucessos surgirem, mas que era impossível deixar de lado o título de campeão brasileiro em 1936. O craque tinha 20 anos de idade e era a grande estréia do quadro alvinegro de 36, época do torneio que reuniu Atlético, Fluminense, Portuguêsa e Rio Branco. O torneio foi decidido em São Paulo com um difícil 3 a 2 sobre a Portuguesa. Quando os jogadores alvinegros deixaram Belo Horizonte, a torcida estava na estação e na volta fizeram um verdadeiro carnaval. <br> | O "Demônio Louro" sabia fazer tudo em campo. Apesar de sua estatura mediana, ninguém conseguia ganhá-lo nas bolas altas e, no chão, não havia zagueiro que conseguisse barrar seus passos. Os chutes, sempre violentos, saíam do pé esquerdo ou do direito com a mesma precisão. Guará costumava dizer que podia o tempo passar e outros sucessos surgirem, mas que era impossível deixar de lado o título de campeão brasileiro em 1936. O craque tinha 20 anos de idade e era a grande estréia do quadro alvinegro de 36, época do torneio que reuniu Atlético, Fluminense, Portuguêsa e Rio Branco. O torneio foi decidido em São Paulo com um difícil 3 a 2 sobre a Portuguesa. Quando os jogadores alvinegros deixaram Belo Horizonte, a torcida estava na estação e na volta fizeram um verdadeiro carnaval. <br> |
Edição das 19h13min de 11 de novembro de 2008
Guaracy Januzzi, mais conhecido como Guará, foi atacante do Galo na década de 1930. Com a camisa alvinegra, fez 158 jogos e marcou 147 gols, média quase de 1 gol por partida.
História
Nascido em Ubá, no dia 4 de janeiro de 1916, Guará aos 13 anos de idade fazia seus primeiros gols no Aimorés. Os estádios enchiam para ver o garoto louro fazer misérias diante dos grandes profissionais e aplaudir suas jogadas sensacionais. Aos 15 anos, assinou seu primeiro contrato como profissional na cidade mineira de Miraí. Mas o que ganhava do futebol não dava para sobreviver e começou a trabalhar como alfaiate. Em 1933 regressou à sua cidade natal e entrou para o Clube Atlético Mineiro no mesmo ano junto com o meio-campo Nicola.
Aos 17 anos, Guará era considerado o maior jogador mineiro e o maior ídolo da torcida alvinegra.
Sua estréia foi diante do Tupi de Juiz de Fora e fez um belo gol. Perigo Louro ou Demônio Louro eram os apelidos que os jornalistas e os torcedores o deram na época. Gostava do carinho com que era tratado e muitas vezes, quando deixava o campo sem fazer gols ou após uma fraca atuação, os aplausos da torcida continuavam para incentivá-lo e não faltava quem afirmasse que na partida seguinte Guará iria descontar todos os gols perdidos.
Guará tornou-se uma legenda no futebol mineiro. Seu primeiro título veio em 1936, quando o profissionalismo já tomava conta dos clubes mineiros.
O "Demônio Louro" sabia fazer tudo em campo. Apesar de sua estatura mediana, ninguém conseguia ganhá-lo nas bolas altas e, no chão, não havia zagueiro que conseguisse barrar seus passos. Os chutes, sempre violentos, saíam do pé esquerdo ou do direito com a mesma precisão. Guará costumava dizer que podia o tempo passar e outros sucessos surgirem, mas que era impossível deixar de lado o título de campeão brasileiro em 1936. O craque tinha 20 anos de idade e era a grande estréia do quadro alvinegro de 36, época do torneio que reuniu Atlético, Fluminense, Portuguêsa e Rio Branco. O torneio foi decidido em São Paulo com um difícil 3 a 2 sobre a Portuguesa. Quando os jogadores alvinegros deixaram Belo Horizonte, a torcida estava na estação e na volta fizeram um verdadeiro carnaval.
Guará foi carregado da Central do Brasil até o velho Estádio de Lourdes. Se alguém perguntasse pelo resultado de uma partida do Atlético, nunca deixava de perguntar quantos gols Guará havia marcado.
O atacante dizia que não se queixava da sorte, pois dentro da áre sempre sabia o que fazer e se a bola batesse na trave, quase sempre entrava no gol.
Encerrou sua carreira como jogador aos 23 anos e os atleticanos lamentaram por muito tempo a parada de seu grande artilheiro. Particularmente, não gostava de comentar o jogo contra o Palestra Itália do dia 4 de junho de 1939, quando aconteceu o choque com o zagueiro Caieira. Era o terror das defesas e, dificilmente participava de uma partida sem marcar o seu gol. A preocupação dos técnicos adversários era encontrar uma fórmula para barrar os passos de Guará.
Em 1939, o Palestra Itália (atual Cruzeiro-MG), que já era o adversário mais tradicional do alvinegro, contratou um dos bons zagueiros da época, Caieira, considerado capaz de impedir as jogadas de Guará. O dia do grande encontro entre Guará e Caieira amanheceu ameaçando chuva e a partida quase foi transferida. Entratanto, o jogo foi confirmado e o Estádio de Lourdes lotou mais uma vez, como sempre.
As torcidas disputavam também sua partida no estádio. As apostas quando os dois clubes se enfrentavam batiam todos os recordes. Mas, naquele dia, a pergunta era uma só: "- Conseguirá Caieira parar Guará?". As respostas vinham e o dinheiro junto para confirmar a opinião. O jogo era difícil e Guará estava sempre presente na área juntamente de Caieira sempre para marcá-lo. A torcida do Atlético vibrava com as finalizações de seu atacante e a do Palestra Itália quando Caieira conseguia dominar seu adversário.
Entretanto, aconteceu o que ninguém esperava. O triste acontecimento que marcou a história do Atlético e do futebol mineiro. A bola estava com Lôla na intermediária do alvinegro. Guará escapou e veio o centro. Bola alta, das que Guará gostava. Subiu para cabecear com Caieira. Tocou na bola, mas o zagueiro deu uma testada na nuca do atacante. Ambos caíram. Ainda havia barulho das duas torcidas comemorando a jogada quando o zagueiro levantou-se tonto, porém, Guará continuou caído. Ninguém mais falou nada. Fez-se silêncio completo em Lourdes e Guará foi levado ao Pronto-Socorro. Chegou-se até a cogitar que o craque havia morrido. Os dirigentes confirmavam que Guará estava no Pronto-Socorro. A torcida compareceu ao hospital e esteve presente em todos os dias que o craque ficou internado.
Guará passou 72 horas em estado de choque e um mês inconsciente. Recuperou-se, mas para o futebol nunca mais voltou a ser a atacante perigoso. Jamais conseguiu marcar os gols que lhe deram fama e dinheiro. Guará, apesar de todo o carinho da torcida alvinegra, não conseguiu mais encontrar o seu futebol. O atacante resolveu então mudar de clube, pensando ser esta a solução do problema, e foi para o Flamengo em 1940. Entretanto, ficou apenas seis meses. Retornou para Belo Horizonte e tentou a sorte no Siderúrgica. Sentindo que não era mais o Guará que a torcida sempre lembrava, resolveu aos 23 anos parar definitivamente com o futebol.
Guará sempre dizia que parou na hora certa e que essa era a razão de todos ainda lembrarem do seu grande futebol. "Sou um sujeito feliz e sempre grato aos atleticanos. Hoje, como ontem, o Atlético continua sendo a força do futebol mineiro. Agora, com a Vila Olímpica, irá alcançar o seu equilíbrio financeiro e retirar o dinheiro necessário para a manutenção da equipe e não continuar dependendo das fracas arrecadações dos jogos regionais para a sua sobrevivência." Palavras do craque.
Após o futebol, Guará foi funcionário da Câmara Municipal e proprietário de uma casa lotérica no centro de Belo Horizonte.
Ficha Técnica
Nome: Guaracy Januzzi
Posição: Atacante
Data de Nascimento: 04 de Janeiro de 1916
Data de Falecimento: 19 de Novembro de 1978
Local: Ubá-MG
Carreira
Aimorés de Ubá-MG - ???
Atlético - 1933/1941
Siderúrgica-MG - ???
Atlético - 1951
Partidas Disputadas
Títulos
1936 - Campeonato Mineiro - Atlético
1938 - Campeonato Mineiro - Atlético
1939 - Campeonato Mineiro - Atlético